A PPP é uma boa alternativa para a saúde? Não.

Fonte: O Estado de S.Paulo Autor:Sonia Fleury Depois do fracasso do modelo neoliberal, o Estado foi chamado a salvar o setor bancário dos resultados de sua especulação financeira sem regulação, injetando milhões que foram subtraídos de outros gastos públicos. Sobrou o aprendizado que viu necessário atualizar sua estratégia: em vez de combater o Estado, beneficiar-se dos seus recursos por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs). O que une as duas pontas é a afirmação do fracasso da gestão pública. Apesar da experiência de PPPs ter mostrado inúmeros problemas, os gestores do SUS insistem em apresentar a modalidade como a salvação agora da distribuição de medicamentos. A experiência internacional nos ensina que não houve redução do gasto, pois a atenção nas PPPs custou mais caro, mesmo com a isenção de várias competências do setor público. Muitos contratos acabaram revistos porque a precificação em longo prazo, dada a alta incorporação tecnológica, é inviável. Muitos não garantiram a qualidade para aumentar os lucros, mas contrataram provedores, em uma escalada de custos. Justificados pela flexibilidade do setor privado, contratos mostraram-se inflexíveis na crise. A gestão privada defende o segredo ao invés da transparência. Nem sempre o que é bom para o contratante e contratado é bom para a população. Sonia Fleury é doutora em ciência e professora da Escola Brasileira de Administração de Administração Pública e de Empresas (Ebape/FGV).

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