Gestão de estoque na farmácia: tudo o que você precisa saber

Sem dúvida, a gestão de estoque é um elemento fundamental para que a farmácia alcance sucesso. Para isso, é preciso saber fazer a gestão de estoque na farmácia de forma estratégica. Assim, falar de gestão desse tema é abordar também a logística, ruptura de estoque e a necessidade de ter os produtos certos, na quantidade certa.  

No entanto, sabemos que compor o estoque de uma farmácia não é tarefa fácil. Primeiro, porque representa um grande investimento para os gestores. Segundo, por que podem fazer parte do mix da farmácia milhares de produtos, cosméticos, alimentos e apresentações de medicamentos. Então, quanto comprar? Em qual periodicidade? É sobre isso que vamos falar um pouco nesse conteúdo: vamos lá!

Problemas de estoque na farmácia: os principais desafios 

Prejuízos para a farmácia 

De fato, ao encontrar o espaço vazio na prateleira, o cliente adia a compra ou desiste. Consequentemente, isso causa prejuízos à farmácia. De acordo com a Associação ECR Brasil, o problema gera perdas de até 40% para o varejo.  

Embora faltem no canal farma índices como os apresentados pelo ramo alimentar, podemos afirmar que o prejuízo para o varejo farmacêutico pode ser ainda maior. Afinal, a ausência de um produto no receituário faz com que o cliente deixe de comprar o restante da lista da receita médica. Além disso, a farmácia fica com a imagem manchada pela insatisfação do cliente. 

Insatisfação do Cliente 

Mas, a falta de produtos em gôndola não gera ‘apenas’ perda de vendas para o varejo e para a indústria. Também abala a fidelidade do consumidor, que sai insatisfeito da loja. De fato, encontrar ou não produtos para serem comprados influencia na percepção da qualidade da farmácia e dos produtos que vende.

De acordo com uma pesquisa realizada com 32 mil leitores da revista norte-americana “Consumer Reports”, especializada em varejo farmacêutico, as maiores queixas dos consumidores são relacionadas à falta de produtos. 

Influência negativa na imagem da farmácia e na imagem dos produtos da farmácia 

Aqui é preciso entender que a farmácia pode ser julgada ruim, com produtos de má qualidade, se não cuidar da garantia de dispor produtos aos clientes. Pelo menos foi isso que um estudo sobre o comportamento do consumidor em Redes de farmácias demonstrou. 

Quando visitamos farmácias que possuem dificuldades financeiras, percebemos claramente essa relação entre qualidade e disposição de produtos. Já reparou nisso? Quando a farmácia está para “falir” é comum que:

• Exponha produtos grandes, 
• Aumente os espaços entre produtos, 
• Coloque fraldas em lugar de medicamentos,
• Dentre outras.

Por isso, essas atitudes influenciam diretamente na percepção de qualidade do cliente. Pelo contrário, ele quer ver novidades, conhecer os lançamentos que viu na revista ou comprar o produto prescrito pelo médico. Sobretudo, o cliente não quer esperar buscar em outra farmácia, ou mesmo encomendar o produto.

Gestão de estoque na farmácia: dicas para evitar as rupturas e repor corretamente as mercadorias

Em primeiro lugar, sabemos da dificuldade em balancear os estoques e assegurar que os produtos estejam disponíveis aos clientes. De fato, isso acontece devido ao aumento da velocidade com que novos produtos são lançados ou relançados no mercado. Bem como aos projetos de marketing que influenciam na decisão de escolha do cliente. 

No entanto, existem algumas ferramentas e práticas que podem ajudar no gerenciamento do estoque. Aqui na Desenvolva Consultoria ajudamos muitas farmácias pelo Brasil a enfrentar esse desafio. Então, compilamos aqui as principais dicas:

1. Entenda a importância do estoque 

Não só considere a relevância para você, mas também para a empresa e para o cliente. Certamente, o estoque é um problema de todos e não somente dos compradores da farmácia. Afinal, como dissemos, se o cliente não encontrar o produto, essa ação impactará diretamente na lucratividade da empresa. Além disso, pode fazer com que o cliente não retorne à farmácia. 

2. Avise seu líder

Quando perceber que um produto está em falta, avise seu líder para que o mesmo tome as providências. Para isso, algumas farmácias utilizam sistemas, cadernos de faltas e outros procedimentos que avisem o departamento responsável. Em resumo, não permita que a falta do produto permaneça por muito tempo.

Assim, independente se o cliente desistiu de comprar, não quer esperar que você providencie o produto. Então, avise seu gerente/compradores para que os mesmos tomem atitudes.

3. Conheça sua farmácia

Antes de mais nada, é preciso conhecer bem os locais onde os produtos estão alocados. Assim você não irá se enganar, informando que não possui o produto, enquanto o mesmo está em local diferente do procurado. Aqui, caso seja um funcionário novo, não fale ao cliente que não tem o produto sem antes perguntar para funcionários com mais tempo de trabalho.

4. Cuide da exposição de produtos

Sobretudo, lembrem-se de expor os produtos de uma forma que o cliente tenha acesso livre. Com certeza isso estimula a compra e auxilia o cliente a encontrar o que busca. 

5. Utilize dos promotores dos fornecedores

Afinal, esses profissionais recebem treinamento específico para esse fim e podem ajudar a evitar a ruptura. Então, se cada promotor cuidar de seus produtos a farmácia ganhará e muito.  

Como os promotores podem ajudar: 

• Na correta exposição dos produtos,  
• Instruindo o repositor da farmácia quanto ao correto abastecimento,  
• Demonstrando junto aos compradores o estoque mínimo necessário,  
• Percebendo as variações de vendas na loja e sinalizando-as previamente para a equipe de vendas, 
• Conquistando espaços em gôndola, pontos extras e locais especiais. 

6. Entenda a árvore para gerenciar o estoque na farmácia: 

As 4 principais categorias na farmácia:

• GENÉRICOS 
• SIMILARES 
• REFERÊNCIA
• HPC

Subcategorias na farmácia

Dentro de cada categoria BASE, existem as subcategorias que compõem cada uma delas. Assim, o sistema da loja deverá ser configurado seguindo o modelo abaixo:

MAPA DAS CATEGORIAS – DIVISÃO POR CONDIÇÃO DE COMPRA

7. Conheça quais produtos estão com condições favoráveis de compra e quais não estão

Para que seja possível fazer bons negócios, é necessário ter esse conhecimento. Geralmente, os produtos favoráveis são os genéricos, similares e alguns da linha HPC. Por outro lado, os produtos não favoráveis geralmente se encaixam na categoria de produtos Referência.

No entanto, lembre-se que a atenção nas compras tem que ser ampla. Sobretudo no caso de produtos de valor agregado maior, quando qualquer compra errada ou com descontos abaixo do normal acaba trazendo até prejuízo. 

8. Fique atento às novidades

Sem dúvida, é preciso estar atento às novidades, lançamentos e modas. Para isso, o profissional tem que participar de feiras, ter acesso a informações do mercado e suas alterações.

Gestão de estoque na farmácia: estabeleça o Estoque Mínimo de produtos

Também conhecido como Estoque de Segurança, o estoque mínimo é a quantidade mínima que deve existir no estoque. Assim, ela se destina a cobrir os atrasos de reposição por parte do fornecedor, garantindo que o produto não irá faltar. 

Mas, ao estabelecer os valores, tenha em mente que um estoque mínimo muito elevado irá representar custos de aquisição e armazenagem. Por outro lado, um estoque mínimo muito baixo poderá causar os chamados “custos de ruptura“. Ou seja, os custos de não possuir o produto em estoque.

Para que o estoque mínimo seja estabelecido, é preciso levar em conta alguns fatores, como:

• Frequência das compras;
• Capacidade do fluxo de caixa.

Considere a Curva ABC  

Outro conceito muito importante para observar na gestão de estoque na farmácia é a Curva ABC. A saber, com ela é possível analisar os itens no estoque de acordo com Giro, Margem de Lucro e a fatia que cada produto representa dentro do faturamento total.  

Assim, a curva ABC classifica os produtos da seguinte forma: 

• Classe A: produtos de maior importância, valor ou quantidade. Aqui eles correspondem a 20% do total;
• Classe B: itens com importância, quantidade ou valor intermediário. Nesse caso,  correspondem a 30% do total;
• Classe C: produtos de menor importância, valor ou quantidade, correspondendo a 50% do total. 

Quando considerada, a Curva ABC há muitos benefícios. Primeiro, ocorre a redução de itens sem giro. Ou seja, evita-se capital imobilizado em produtos que não saem. Por outro lado, investe-se em produtos da Curva A, que representam uma boa demanda dentro do faturamento.

Evite prejuízos: cuide da gestão de estoque na farmácia!

Agora que já apresentamos aqui tudo o que você precisa saber para gerenciar o estoque na farmácia, é a hora de colocar a mão na massa. Afinal, estoque é dinheiro, e MUITO DINHEIRO, em constante movimentação. 

Sem dúvida, os erros nos estoques da farmácia causam perdas de vendas, atrasos, e o pior: clientes insatisfeitos. Portanto, dedique-se a uma gestão estratégica do estoque na sua loja. E se precisar de ajuda nessa missão, conte com a Desenvolva! É só clicar aqui e agendar um café com a gente.